segunda-feira, 25 de julho de 2011

30 anos!





14 de julho de 2011, meu aniversário.
Recebo os cumprimentos da família e dos amigos e até festa surpresa no café da manhã quando chego em Franca, minha terra natal.
Em um desses cumprimentos, minha irmã caçula, no auge dos seus quinze anos, me diz: "Tata querida, 30 anos? Você está idosa!"
Tal frase me soou tão divertida. Idosa? Eu?
Então me surpreendi com minha própria resposta a essa afirmativa:
"Lara querida, na sua idade meu sonho era completar dezoito anos, fazer faculdade e tirar carta. Tá certo que até hoje ainda não providenciei a carteira de motorista, mas me considero muito mais jovem do que naquela época.  Tenho tantos sonhos: ser mãe, construir minha casa, fazer o mestrado, quem sabe o doutorado, viajar, aprender francês, entre tantas outras coisas, inclusive aprender a dirigir. Sou muito mais jovem do que aos quinze anos".
Depois dessa resposta dita tão automaticamente como se já estivesse elaborada há tanto tempo, sinto um certo estranhamento comigo mesma. O que eu disse?
Então, penso e chego a conclusão:
A idade da gente se mede por nossos sonhos, desejo e de nossa própria vida em movimento. Ser novo ou velho de espírito é questão de escolha, talvez, até mesmo dependa, irônicamente, de amadurecimento.
Sendo assim, definitivamente, não estou idosa...rsrsrsrsrsrs
Como uma adolescente, retomando as palavras do poeta da minha juventude:
Apenas começamos. O mundo começa agora. Apenas começamos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

VOU FALAR DA SAUDADE QUE SINTO

04 de julho de 2011
Quantos anos você completaria?
Não esqueço a data de seu aniversário, mas confundo-me com as idades. Somos muitos netos, somos muitos primos. É engraçado, que por ser a primogênita, a mais velha, eu sempre me vejo contando nossas idades pela minha. Assim, em julho faço 30, então o Dan faz 29, Bibi tem 28, Érica, 27, Karla e Daltinho 26, e você, Daiane, completaria 25 anos.
Se você estivesse conosco, como estaria? Teria concluído o curso de medicina ao qual tanto almejava? Teria viajado, casado, namorado? Seria feliz?
Não sei. A morte atravessou seu caminho tão cedo, você tinha apenas dezesseis, uma vida pela frente.
É estranho porque, embora me lembre do dia trágico, em maio de 2003, para mim, você sempre faz aniversário, há sempre um desejo de saber como seria se tivesse sido diferente. Não quebro mais minha cabeça com essas peças que não se encaixam, apenas sinto saudade, muita saudade de você. Então, nessa semana, mexi nas fotos antigas e nos textos que escrevia desde sempre.
Encontrei isso:




Aqui está meu coração.
Ele sente , ainda é tão nítido, ainda está tão claro,
que você não está aqui,
que você não está aqui,
Marca que marca e deixa cicatriz
Marca da saudade
Os olhos já não te veêm, as mão já não te tocam
As palavras não mais se cruzam no diálogo etéreo e temporal de nossas vidas
Marca de dor. Se você soubesse!?!
Gostaria que soubesse
Que tudo sem você é diferente
Que falta uma parte de nós
Que juntos não seremos os mesmos
E sozinhos sempre faltará você!
Marca da impossibilidade
Tudo poderia ser diferente. Quem saberá?
Talvez tudo seria melhor se amássemos mais
Se a humanidade soubesse o que é amar
Mas, tudo pareceu estar envolto em um gelo sórdido
das segundas intenções que esfria o nosso corpo
e tenta convencer o nosso coração de que o que vale a pena
é o que passa
Marca da possibilidade
Nossas mãos continuam vazias,
nosso olhar permanece molhado
Sinceramente: não sei por quanto tempo
Mas, Alguém faz por nós o que não podemos fazer
O Amor, aquele que é Amor te segura em seus braço
Essa é a nossa esperança, esperança de quem te ama.
A marca fica
A dor passa, as lágrimas talvez não
O amor sara as nossas feridas
Mas, a marca fica
A marca fica

Escrito em 18/05/2003
9 dias após sua morte

Publicado hoje.
Daiane, eu ainda sinto saudades
A marca fica